Decoração

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Entre o fado e a bossa


"Toda casa é feita de pormenores". É com este respeito aos detalhes que a designer de interiores Mónica Penaguião converte casas em lares. Mesmo com o sotaque forte, o compasso e os passos ligeiros, somados ao carisma tipicamente tórrido e seu talento em decifrar o estilo do brasileiro, não fazem mais dela uma imigrante no Brasil, onde mora há 12 anos.

A conceituada profissional portuguesa, conhecida pelos trabalhos que realiza mundialmente, trocou o sossego de Portugal pelo mar agitado do Rio de Janeiro, emoldurado logo ali, na janela de seu apartamento no Leblon, onde vive com o marido e os dois filhos. E é nele que a prova de suas façanhas pelo décor nada arbitrário acontece, onde o conforto e o bom design são trabalhados acima de qualquer estética.

O passaporte bastante carimbado lhe rendeu o gosto por várias culturas, que aqui a visitam pela arte. "Só não pude trazer muitos quadros por causa da maresia, que acaba por corroer a tinta", explica Mónica. Mas música e livros não faltam. "É uma delícia viver assim, com a arte por perto". A amálgama de sua decoração traz peças assinadas e também de sua linha própria, comercializada em sua loja em Lisboa, a Poeira, e que acaba de inaugurar endereço no Rio: "Quero ver os cariocas saciarem sua sede por design", brinca.
Tratado a luz e brisa, o grande living, que divide espaço com a mesa de jantar desenhada por Mónica, foi abençoado pela iluminação natural que vem dos janelões e pelo ar fresco do mar. A proximidade do apartamento com a praia é tamanha que é possível ouvir o burburinho dos banhistas à beira-mar, o anúncio do vendedor, o assobio do ciclista para a morena que passa.

A trilha tipicamente carioca entoa o dia a dia da família, que já se acostumou a ritmá-lo com a da casa. "Não dispenso a música em minha vida. Independentemente do que eu esteja fazendo, sempre escuto meus CDs." É a verdadeira tradução da privacidade de dentro com a liberdade de fora.

Esta profusão também lembra a base branca que a moradora soube administrar com pequenas e boas pinceladas de cor. O piso era escuro e sem vida e foi pintado

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